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1 de jan. de 2012

FELV ou Vírus da Leucose Felina.

A Leucemia felina é uma das doenças mais confusas para os proprietários de gatos, assim como um problema real para a gestão de gatis, principalmente por causa da sua natureza imprevisível. Um gato pode hospedar o vírus durante meses ou anos sem adoecer e repentinamente ficar doente com uma série de sintomas que incluem linfoma, leucemia e infecções secundárias.

 A seguir à exposição ao vírus da Leucemia felina, podem ocorrer vários desfechos. O gato pode ficar agudamente doente; ou pode hospedar o vírus na corrente sanguínea durante meses sem mostrar sintoma algum; ou ainda o sistema imunitário do gato pode lutar contra a infecção. Neste caso, isso pode eliminar completamente o vírus do organismo e imunizar o animal contra um contacto secundário com o vírus, ou o vírus pode ficar alojado na medula óssea, onde pode manter-se inerte durante semanas, meses ou anos ou até durante toda a vida do gato. No entanto, se o sistema imunitário for atacado por outra doença, o vírus desenvolve-se rápida e repentinamente.
Segundo Lila Miller, veterinária e directora do Departamento de Ciências Animais na Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra os Animais, em Nova Iorque, "a contaminação por FeLV geralmente dá-se entre gatos que convivem intimamente por períodos prolongados através da saliva". Mais comumente, a doença é transmitida por lambidelas, mordidelas entre os gatos; entretanto, os gatos também podem infectar-se por transfusões sanguíneas ou pelo leite de gatas infectadas.
Por aqui se vê a dificuldade em gerir um gatil, onde forçosamente se reunem gatos FelV+, mas ainda assintomáticos e que poderiam ter uma vida mais ou menos longa e de qualidade se vivessem na protecção dum lar, em convivência estreita com gatos já com sintomas diversos e mais ou menos agudos, que inevitavelmente vão despoletar neles a activação do vírus. É impossível não sentir aqui um profundo sentimento de injustiça ...
Por outro lado, o FeLV é um vírus bem frágil, com uma vida estimada em cerca de 20 minutos em meio seco, e facilmente destruído pelos desinfectantes e detergentes comuns. Assim, é improvável a contaminação do ambiente como mesas, jaulas e salas de espera. No contacto frequente, o vírus é transmitido de gato para gato através da saliva, secreções nasais, urina e fezes. Logo, gatos que compartilham comedouros, bebedouros ou caixas sanitárias com gatos FELV positivos podem ser contaminados. 
Uma vez transmitido, o vírus começa a replicar-se nos tecidos do nariz e da boca, indo depois para os linfonodos da cabeça, onde continua a multiplicar-se, antes de entrar na corrente sanguínea e instalar-se na medula óssea. É na medula óssea que o sistema imunitário é muitas vezes capaz de derrotar o vírus. Mas se a carga viral for muito grande, as células da medula óssea contaminadas que estiverem a circular pelo organismo levarão o vírus até às glândulas salivares, onde o ciclo infeccioso ficará completo.
Que chances tem um gato quando exposto ao FeLV ?
Cerca de 25 a 30% dos gatos expostos rejeitam o vírus e a infecção é evitada
- Mais ou menos 30% desenvolvem uma viremia persistente, uma alta concentração do vírus no sangue, com uma forte probabilidade de desenvolver linfoma ou outra doença ligada a FELV.
Apesar do nome, só um quinto dos gatos infectados desenvolvem linfoma ou leucemia linfóide. A grande maioria das mortes por FeLV está relacionada com infecções secundárias, que incluem outras infecções virais como a peritonite infecciosa felina, infecções por fungos como cryptococcosis, e infecções bacterianas como pneumonia, abcessos ou infecções na boca.
Quase 40% dos gatos expostos desenvolvem uma infecção transitória e tornam-se hospedeiros latentes da doença. Esses hospedeiros não são fontes de infecção, a não ser se o sistema imunitário estiver debilitado por outra doença ou se eles forem tratados com corticosteróides, que podem suprimir o sistema imunitário e activar o vírus.
Aliada às infecções oportunistas, gatos infectados por FeLV também estão sujeitos a anemia e desordens da medula óssea, chamadas doenças mieloproliferativas, onde uma ou mais células da medula óssea se prolifera à custa de outras linhagens celulares.
A natureza diversa da doença faz com que seja impossível prever durante quanto um gato com FeLV vai sobreviver. Apesar de a taxa da sobrevivência variar de apenas umas poucas semanas a anos, a média de sobrevivência é 2 anos. Estudos indicam que 83% dos gatos FeLV+ morrem num período de 3 anos e meio após o diagnóstico. Ao mesmo tempo, há evidências de que o gato possa sobreviver muito mais. Felizmente, não há evidência de que a FeLV seja transmitida a outras espécies, incluindo seres humanos.
O exame a FELV, feito em gatos de 6 ou mais meses (porque antes desta idade os resultados obtidos simplesmente não são fiáveis), tornou-se um procedimento clínico de rotina. Os dois testes mais utilizados são o ELISA e a imunofluorescência. Infelizmente, esses testes nem sempre são precisos. De facto, é comum obter-se dois testes com valores diferentes, denominados "resultados discordantes". Por essa razão, gatos sadios que foram expostos ao vírus do FELV devem ser testados em intervalos mensais durante até 3 meses, para eliminar as chances de falso positivo e para determinar se a infecção é de natureza transitória ou persistente.
Um resultado negativo a FELV não significa imunidade ao vírus, nem tão pouco que o gato nunca foi exposto ao vírus. Um resultado negativo também pode indicar que o vírus está no período de incubação, uma etapa antes da qual o vírus pode ser detectado, ou que o gato venceu uma infecção prévia, ou foi infectado com o vírus e desenvolveu a doença mas por alguma razão não possuía o vírus na corrente sanguínea quando da realização do exame.
Apesar de existirem várias vacinas contra o FeLV, há controvérsias, principalmente quanto à sua segurança e eficácia. A melhor forma de evitar que a doença se espalhe é evitar a exposição ao vírus. Mantenha o seu gato dentro de casa, evite brigas com outros gatos e longe de gatos que você sabe que estão contaminados. A prevenção continua a ser a melhor solução, pois não existe ainda tratamento eficaz.
Aumentar a qualidade e tempo de vida de um gato com Felv:

No entanto, há algumas coisas que se pode fazer a fim de diminuir o avanço da doença em gatos infectados e tornar a sua vida mais confortável: 

- O gato deve ser mantido dentro de casa, não só para evitar que o vírus se espalhe, mas também para diminuir o stress que o mundo exterior pode causar no gato. 

- O número de gatos na casa também deve ser mantido no mínimo, já que uma lotação excessiva é outra causa de stress e pode expor outros animais ao vírus. 
- Uma boa nutrição e cuidados para limitar o impacto de outras doenças não relacionadas também são importantes. 

- Se o gato deve ou não ser vacinado contra outras doenças, depende de uma avaliação caso a caso pelo veterinário, embora recentemente uma maioria de veterinários a recomende.

- Pode ainda administrar-se Interferon, a fim de estimular as defesas imunitárias, assim como suplementos vitamínicos.

Fonte: Adaptação de um texto da autoria do Dr. W. Bradford Swift, retirado da revista ANIMALS Janº/Fevº 1998, uma publicação bimestral da Massachussetts Society for the Prevention of Cruelty to Animals, recebido via email. Site de origem retirado do ar. 

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